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02 junho 2011

Autores Nacionais : Entrevista com Enderson Rafael + sorteio

     Ei gente!! Como vocês estão?! Eu continuo ansiosa rsrsrs... Novidade né?

     Bom, hoje trago para vocês uma entrevista que o blog fez com o autor de Todas as estrelas do céu : Enderson Rafael.  Onde ele conta um pouco sobre ele e sobre o como foi publicar o seu livro. Ele faz parte do Projeto Novas Letras que leva um grupo de escritores pelo Brasil. Tem 30 anos, nasceu em Florianópolis (SC) e hoje reside Guarulhos(SP).
     
     Até o final do mês resenha aqui no blog. Então vamos a nossa entrevista, sem mais delongas!






MFML: Para o Enderson quem é Enderson Rafael? ( sempre quis perguntar isso rsrs)

Enderson: Acho que sou alguém com excelentes exemplos de honra, competência e amor pra seguir, mas talvez com uma capacidade aquém de fazê-lo com a devida perfeição.

Sempre ouvimos dizer que só podemos ser um bom incentivador de leitura quando realmente somos leitores (de literatura), um escritor é um incentivador da hábito de leitura? E quando surgiu o seu hábito pela leitura? Quem foi o incentivador?

Acho que sim, um escritor é um dos pilares deste incentivo. Lembro-me com carinho quando, na 4a série (hoje 5o ano) um poeta foi num evento literário no meu colégio, e aquilo me fascinou, estar perto de alguém que escrevia de verdade. E na época eu nem era ainda tão "prolixo" literariamente falando. No meu caso, meus incentivadores foram meus pais, e mais tarde, a escola. Uma combinação irresistível de exemplo, fascínio e liberdade. Uma pessoa só é livre de verdade se sabe ler. A ignorância e o analfabetismo são prisões para os mais humildes, e nesse ponto vale até lembrar a discussão em torno da norma culta: o aprendizado da norma culta na escola é que permite o verdadeiro aclive social. Ninguém terá uma vida melhor se não se destacar num mercado profissional onde a escrita e a leitura bem dominadas são fundamentais.
  
Quando você percebeu que queria ser escritor e o que incentivou para que você se tornasse um? O maior incentivador.

Eu nunca fui um contador de histórias, nunca consegui guardar muitas piadas de memória. Ser escritor não era uma escolha óbvia, assim como tampouco se revelou uma "escolha" propriamente dita. Tenho paixão pelo trabalho bem feito, qualquer que seja ele. E acho que foi por isso que me tornei escritor. Pois mais que talento, é preciso disciplina. Conheço muita gente talentosa que não conseguiria escrever uma redação de 90 mil palavras. É uma outra habilidade, uma outra vocação. Escrevi o "Todas as estrelas do céu" aos 19 anos, e depois disso já foram mais 5 obras, entre roteiros, ficção e não-ficção. Então é algo que eu simplesmente gosto de fazer, e quanto mais você faz, melhor faz. Não tive "um" exemplo, mas vários. Entre eles não faltam Vinícius de Moraes e Carl Sagan. Mas quando escrevi o "Todas", antes mesmo da faculdade, com certeza eu não sabia no que estava me metendo. Às vezes acho que ainda não sei.  
 
E como foi o trajeto desde o escrever até o publicar seu primeiro livro?

Longo e penoso. Foi quase uma década, desde terminar o livro até vê-lo na Livraria da Travessa de Ipanema, o dia da morte de outro de meus ídolos, José Saramago. Depois de 9 anos tomando "não" de dezenas de editoras - o "Todas" ficou pronto antes de Harry Potter tornar-se um sucesso no Brasil - resolvi fazer várias cópias do meu bolso e espalhá-las pelo país, e a enviar pra blogs literários. Em 10 meses, foram 300 exemplares, que chegaram até Europa e Estados Unidos, além de mais da metade dos estados do Brasil. Com o carinho das centenas de leitores, a editora Novas Ideias, que já havia publicado um outro livro meu ("Propaganda e Marketing para vestibulandos, calouros, curiosos e simpatizantes") em parceria com a ESPM-Rio em 2006, resolveu apostar no "Todas". Em 6 meses, chegamos à segunda edição, que continua vendendo bem. Sinal de que eu e vocês não estávamos tão errados assim!

 
E como surgem as histórias? Tem algum ritual? Tem gente que só escreve a noite, vendo TV, ouvindo música...

TV e música eu gosto muito, mas atrapalhariam. Uso música pra marcar tempo de cenas quando escrevo roteiros, mas em livros não funciona - embora elas tenham lugar cativo nas minhas tramas. Meu ritual é escrever no notebook (acho melhor que no computador de casa), num lugar silencioso, de preferência com uma vista bonita. Boa parte do "Três Céus" foi escrita em voos em que eu estava de passageiro, olhando pela janela entre uma frase e outra. O mundo visto de 12km de altura é inspirador. Amo escrever no avião. Mas uma casa com varanda num lugar com bastante natureza serve. 

Hoje o “Todas as estrelas” é um livro que todos querem ler, até mesmo pelas resenhas que são apresentadas pelos leitores. Para você, em apenas uma palavra, resuma “Todas as estrelas do céu”.

Surpreendente. Eu mesmo não teria previsto o final se estivesse lendo sem sabê-lo.

Sempre vejo resenhas sobre “Todas as estrelas do céu”, mas e o seu livro Três Céus? Conte um pouco sobre ele.

"Três Céus" já tem algumas resenhas no skoob, de alguns blogs que me ajudaram muito com o "Todas" e foram recompensados por isso sendo os primeiros a lerem o "Três Céus" mesmo antes da publicação. Ele é um livro bem mais maduro que o "Todas", com uma história - ou melhor, três! - bem mais complexa, com altos e baixos, abordando questões de gente tão diferente quanto um jovem de 25 anos, uma garota de 19, e um cara de 40. Cada um num momento da vida e da profissão, aliás, esse é o toque mágico do livro: os três protagonistas são tripulantes de uma grande companhia aérea, e toda a sua mobilidade se traduz nas dezenas de cidades que servem de cenário pras cenas, além claro, das coisas que acontecem dentro do avião. O livro, além de tirar o fôlego do leitor com os amores e desamores deles, mostrará verdadeiramente como é a vida de comissários e pilotos, gente muito especial, responsável por aeronaves de dezenas de milhões de dólares e centenas de vidas, mas que no fundo, só quer voltar pra casa no final de um dia de trabalho. Acho que o que mais gosto no "Três Céus" é o suspense da última parte do livro. De forma extremamente real e fiel à realidade - coisa rara em ficções sobre aviação - o romance prende o leitor levando-o junto num desfecho tão ou mais surpreendente que o do "Todas", e que dura muito mais tempo: "Três Céus" tem pelo menos o dobro do tamanho.
 
Hoje você é um escritor conhecido e muito querido aqui no Brasil. Como você vê e lida com isso? O que são os leitores para você, como você define os leitores-fãs.

Bom, é um honra imensa, e por mais que a gente busque sempre o reconhecimento e o carinho dos leitores, nunca estamos realmente preparados, nunca nos acostumamos. Meus leitores são meu chão, são meu termômetro e meu juiz. Com eles eu sinto que se estou errado, pelo menos eu não estou sozinho. Sou apaixonado por escrever cada vez mais e melhor para eles. Surpreendê-los sempre é um desafio delicioso, o qual não quero largar nem desaprender.

O que te incentiva a continuar escrevendo?

Eu escreveria mesmo sem editoras, mesmo sem publicar. Isso é inerente a mim, desde que comecei, nunca mais parei, e desconfio que vá fazer isso até o fim da vida - ou pelo menos do meu juízo, se eu viver o bastante para perdê-lo. Mas com certeza, as boas notícias que recebo com relação aos meus livros e à sua publicação e divulgação, e muito mais ainda, o carinho dos leitores, é o maior combustível, ao lado claro, do apoio irrestrito da minha família, da minha noiva e dos meus amigos.

Atualmente, você junto com outros novos escritores nacionais, faz parte do Projeto Novas Letras. Como é participar e qual a importância dele para a sua carreira?

Eu tive a honra de ser um dos fundadores do projeto, de ter convidado as meninas para participarem do que seria, em princípio "um encontro com os leitores em busca da valorização da literatura jovem nacional". Dali em diante, surgiram grandes parcerias, que levam ao momento em que o Novas Letras está hoje. Somos extremamente afinados, e estar com Fernanda França, Leila Rego, Tammy Luciano e Patrícia Barboza rodando o país, levando o que sabemos e trazendo do volta a opinião de vocês, é algo indescritível. É muito mais que divertido, é uma delícia enorme. O Novas Letras hoje dita a maioria dos rumos da minha carreira, pois é onde eu apareço mais, onde tenho mais chance de estar com meus leitores, além do que, dividir os palcos e microfones com estas meninas é muito, mas muito bom! Somos muito mais fortes juntos do que seríamos, cada um, separado, e somos bem diferentes, e por isso nos completamos, é mágica pura. E é muito bom ver que estamos dando certo junto, conseguindo patrocínios importantes, participando de eventos literários imprescindíveis para a carreira de qualquer escritor. O Brasil está entrando numa revolução, talvez parecida com o renascimento do cinema brasileiro, na época da "Carlota Joaquina". Talvez sejamos as "Carlas Camuratis" de hoje, e já que essa revolução de valorização de ótima literatura contemporânea brasileira por leitores e editoras é inevitável, o Novas Letras quer e está sendo um dos protagonistas deste movimento. E qualquer um que queira o projeto na sua cidade, agite por lá que vamos. Entrem em contato com a secretaria de cultura, com a prefeitura, com o SESC, seu colégio, as livrarias que vocês mais gostam, peçam o projeto para nosso assessor Bruno Borges (bruno@borgesassessoria.com) e se tudo der certo, vamos ver vocês e conversar com vocês, estejam onde estiverem. Nosso site http://portalnovasletras.com.br também está ficando bem completo, e tem nossa agenda para vocês acompanharem. 

Você acredita que o livro em papel será substituído por livros digitais?

O livro digital apareceu na virada do milênio, e não deslanchou antes porque ninguém queria ler no computador. Agora, com e-readers e tablets, chegou a vez dele. Acho que o livro digital será maioria, tanto em número de exemplares vendidos como em títulos publicados, mas não acho que isso vá acontecer agora nem que o livro de papel vá desaparecer por completo mesmo em uma década. O livro de papel talvez vire uma mercadoria de nicho, como o CD está se tornando e o LP já se tornou faz algum tempo, mas isso passa por uma revolução cultural e tecnológica, da qual o Brasil, por motivos tristes e óbvios, vai custar a participar de forma contundente. É tudo muito nebuloso ainda nas questões de pirataria, preço final e direitos autorais, e isso vem atrasando um pouco as coisas por aqui, somos um país inseguro, burocrata e mercenário. Em breve teremos Amazon e Google aqui e a coisa vai começar a andar, mas no Brasil, durante um bom tempo, o livro impresso ainda vai ser a bola da vez. Mesmo porque, ao contrário de alguns outros países, seria insensato andar com iPad no ônibus mesmo nas mais pacatas cidades brasileiras, né...
 
Para você o que é o maior incentivador para a leitura? Por que você acha que as pessoas buscam os livros de história?

O ser humano aprende tudo através de exemplos - os primatas em geral são assim - e o hábito da leitura não é diferente. Os protagonistas desde processo sempre foram e sempre serão os pais. A escola ajuda, os amigos também, mas os pais é que fazem um bom leitor. Nós, escritores, só colhemos os frutos de uma safra onde participamos com um punhado de sementes e nada mais. As pessoas buscam livros de ficção porque, penso eu, querem conhecer outras possibilidades, vivê-las, sentí-las. Tem gente que bebe, tem gente que se droga, e tem gente que vai ao cinema e tem gente que lê. Nós sempre precisamos dar uma variada no nosso cotidiano, fomos feitos extremamente adaptáveis pelo evolução, e isso faz com que nos aborreçamos com a mesmice. E nada mais seguro e fascinante que uma boa história. E isso serve para os escritores também. Ou você acha que não vivemos outras realidades enquanto escrevemos?! Claro que sim! É uma liberdade inebriante! Quem quer fugir da realidade, tem duas opções: ou se droga ou se enche de cultura. Mas quando o efeito da droga acaba ou quando terminamos de ler um livro ou ver um filme, a realidade continua ali, esperando a gente. E quem leu ou foi ao cinema volta bem melhor e mais preparado do que quem se drogou.
 
Deixe um recado para os leitores do Meu Fantástico Mundinho Literário.

Pessoas queridas e Charlene, muito obrigado por terem lido até aqui, espero que continuem lendo novos autores nacionais - e os velhos também, né. Não porque a literatura brasileira precise de caridade, mas porque ela é boa de verdade, tão boa e às vezes até melhor que a quantidade surreal de livros estrangeiros publicados em nosso país. Temos que fazer o caminho inverso. Podemos e precisamos sim absorver o que há de melhor no mundo, mas temos também que exportar literatura, mostrar para gente dos outros países a nossa maneira de vê-los e a nós mesmos. E vocês, leitores, têm papel fundamental neste processo! Leiam, peçam pras editoras, sugiram pro colégio adotar os nossos livros, participem dos eventos de livros brasileiros, com autores brasileiros - afinal, nos eventos de livros estrangeiros, é bem raro o autor participar, né... Beijo enorme!


     Agora os livros com suas respectivas sinopses
 
 

Sinopse - Todas as Estrelas do Céu - Enderson Rafael

Podem dois irmãos adotivos se apaixonarem um pelo outro?

Caroline e Leandro são dois adolescentes de uma bem resolvida família de classe média, ele adotado, ela filha biológica do casal Marco e Lúcia. Diante dos conflitos da adolescência, do colégio, do vestibular, ambos se vêem diante de mais um dilema: um amor impossível e todas as consequências da busca pela felicidade ao lado da pessoa amada. O desafio dos dois em entenderem o que passa consigo mesmo, em enfrentar os pais, a sociedade e sua própia consciência é exposta neste romance honesto, ágil e de final surpreendente.
"Todas as estrelas do céu". Uma obra polêmica e doce ao mesmo tempo, com um tema inusitado, falado de igual para igual com os jovens ou mesmo para quem já passou da adolescência.

 
 

Sinopse - Três Céus - Enderson Rafael

"Três Céus", um romance nas alturas! O jovem comissário de voo Lucas Luchesi está de mal com a empresa e em busca do amor da sua vida. Já Patrícia Milano é a típica garota do interior que vê sua chance de ganhar o mundo tornando-se aeromoça na cidade grande. As preocupações do comandante Fernando Villas são bem outras: salvar seu casamento. Levando suas vidas a novecentos quilômetros por hora e doze mil metros do chão, estes três personagens se descobrirão numa rotina que só os aviões podem proporcionar, sem saber que seus destinos convergem para um encontro de tirar o fôlego!
 

 
 
  Book Trailler de Todas as estrelas do céu
 
 
    Para quem quiser conhecer mais sobre o autor Twitter , site oficial de Todas as estrelas no céu , blog oficial do autor e onde comprar Siciliano , Saraiva e no site da editora 2ab .
 
 
 
    Espero que tenham gostado!! E vai ter promoção de marcadores para os comentários desse post =) (sorteio dia 10/06/2011). Os comentários concorrerão a um dos marcadores abaixo. Então comentem!! Participem e leiam o livro do Enderson Rafael. Vamos prestigiar os nossos escritores nacionais.


2 comentários:

  1. Ah, o Enderson é um fofo. Eu quero muito ler os livros dele, muito mesmo! *-* Alguns autores vieram para BH, ele também, para um encontro e eu não fui. Nem preciso falar que quase sofri um infarto, né? Anyway, AMEI OS MARCADORES. AH, quero este da coruja, hahahahahaha. Quero ver resenha destes no seu blog mesmo ,hunf. Beijos, querida ♥

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  2. Sou doida pra ler Todas as estrelas do céu.
    E fico muito feliz com o crescimento da literatura nacional, estão cada vez melhores, qualidade excepcional!

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